Dois pensamentos aos leitores e leitoras deste blog.

Dois pensamentos de boas-vindas aos leitores e seguidores deste blog:
- Mesmo que vivas um século, nunca deixes de aprender!!!
- O importante não é saber tudo, e sim, nunca perder a capacidade de aprender!



quarta-feira, 19 de março de 2014

19 de Março - Solenidade de São José!


Dia 19 de Março, a Igreja celebra a Solenidade de São José, seu Padroeiro Universal.
São José é Padroeiro Principal  do Estado doe Ceará!


S. José Educador: tema da audiência geral do Papa Francisco, no 1º aniversário do seu início de pontificado. Recordado o Dia do Pai


Precisamente há um ano, nesta solenidade de S. José, o Papa Francisco dava oficialmente início ao seu ministério de sucessor de Pedro. E foi a S. José Educador que o Papa dedicou a sua catequese na audiência geral desta quarta-feira, com uma Praça de São Pedro repleta com largas dezenas de milhares de peregrinos. E começou logo por afirmar a função de S. José, na Sagrada Família de Nazaré, na qual assumiu a missão de educador, guardando e acompanhando Jesus no seu crescimento em «sabedoria, idade e graça».


“Olhemos para José como o modelo do educador que guarda e acompanha Jesus no seu caminho de crescimento “em sabedoria, idade e graça”, como diz o Evangelho de Lucas. E podemos tentar utilizar precisamente estas três palavras – sabedoria, idade e graça – como pista para a nossa reflexão.” 

O crescimento em idade refere-se ao crescimento físico e psicológico, onde José, juntamente com Maria, teve uma actuação mais directa procurando que nada faltasse na criação de Jesus e libertando-O das dificuldades como a ameaça de morte vinda de Herodes que os levou à fuga para o Egipto. Quanto à educação na “sabedoria”, José foi para Jesus exemplo e mestre, deixando-se sempre nutrir pela Palavra de Deus:

“José foi para Jesus exemplo e mestre desta sapiência, que se nutre da Palavra de Deus. Podemos pensar em como José educou o pequeno Jesus a escutar a Sagrada Escritura, sobretudo acompanhando-o aos sábados na sinagoga de Nazaré.”

No que se refere à dimensão da “graça”, a influência de José consistia em favorecer a ação do Espírito Santo no coração e na vida de Jesus. Com efeito, José educou Jesus, em primeiro lugar, com o exemplo: o exemplo de um homem justo que sempre se deixava guiar pela fé.

“... a missão de S. José certamente única e irrepetível, porque absolutamente único é Jesus. E todavia, no seu guardar Jesus, educando-o a crescer em idade, sapiência e graça, ele é modelo para cada educador, em particular para cada pai. Confio, portanto, à sua proteção todos os pais, os sacerdotes e aqueles que têm um dever educativo na Igreja e na sociedade.”

O Papa Francisco saudou assim todos os pais:

“Em modo especial quero saudar todos os pais. Estão pais aqui na Praça. Desejo-lhes felicidades e peço para vós a graça de serdes sempre muito próximos aos vossos filhos deixando-os crescer com a vossa presença e o vosso amor e sede para eles como S. José. Sede verdadeiros educadores e obrigado pelo que fazeis pelos vossos filhos. Boa Festa do Pai.”

“Muitos de nós já perderam os seus pais, tantos de nós que estão aqui nesta Praça já não têm pai. Rezemos também pelos pais já falecidos. Pelos pais rezemos um Pai-Nosso…”

No final da audiência o Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:

“Dou as boas-vindas a todos os peregrinos de língua portuguesa, sobretudo aos brasileiros da Diocese de Botucatu, e confio à protecção de São José todos os educadores, em particular os pais, para que, com o seu exemplo, ajudem os mais jovens a crescerem em sabedoria, idade e graça. Que Deus vos abençoe.” (RS)

Homilia do papa Francisco - Solenidade de São José e início do Pontificado






Queridos irmãos e irmãs!








Agradeço ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de início do Ministério Petrino na solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal: é uma coincidência densa de significado e é também o onomástico do meu venerado Predecessor: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão.
Saúdo, com afeto, os irmãos cardeais e bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas e todos os fiéis leigos. Agradeço, pela sua presença, aos representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como aos representantes da comunidade judaica e de outras comunidades religiosas. Dirijo a minha cordial saudação aos Chefes de Estado e de Governo, às delegações oficiais de tantos países do mundo e ao Corpo Diplomático.

Ouvimos ler, no Evangelho, que “José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa” (Mt 1, 24). Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser custos, guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja, como sublinhou o Beato João Paulo II: “São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo” (Exort. ap. Redemptoris Custos, 1).
Como realiza José esta guarda? Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento.
Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egipto e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus.
Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projecto d’Ele que ao seu. E isto mesmo é o que Deus pede a David, como ouvimos na primeira Leitura: Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito.
E José é “guardião”, porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!

Entretanto a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!

E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem “Herodes” que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher.
Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos “guardiões” da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para “guardar”, devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura.

A propósito, deixai-me acrescentar mais uma observação: cuidar, guardar requer bondade, requer ser praticado com ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura!
Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas.

Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afecto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Apenas aqueles que servem com amor capaz de proteger.

Na segunda Leitura, São Paulo fala de Abraão, que acreditou «com uma esperança, para além do que se podia esperar» (Rm 4, 18). Com uma esperança, para além do que se podia esperar! Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.
Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu!
Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amém.
(Fonte: Boletim da Santa Sé)


domingo, 9 de março de 2014

Estamos no 1º DOMINGO da 
Quaresma e da Campanha da Fraternidade.


Liturgia deste 1º Domingo:

Primeira Leitura (Gn 2,7-9; 3,1-7)

Leitura do Livro do Gênesis:
7O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem tornou-se um ser vivente. 8Depois, o Senhor Deus plantou um jardim em Éden, ao oriente, e ali pôs o homem que havia formado. 9E o Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores de aspecto atraente e de fruto saboroso ao paladar, a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
3,1A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: “É verdade que Deus vos disse: ‘Não comereis de nenhuma das árvores do jardim?’”
2E a mulher respondeu à serpente: “Do fruto das árvores do jardim nós podemos comer. 3Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: ‘Não comais dele, nem sequer o toqueis, do contrário, morrereis’”.
4A serpente disse à mulher: “Não, vós não morrereis. 5Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal”.
6A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para se alcançar o conhecimento. E colheu um fruto, comeu e deu também ao marido, que estava com ela, e ele comeu. 7Então, os olhos dos dois se abriram; e, vendo que estavam nus, teceram tangas para si com folhas de figueira.


- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo

Responsório (Sl 50)

— Piedade, ó Senhor, tende piedade,/ pois pecamos contra vós.
— Piedade, ó Senhor, tende piedade,/ pois pecamos contra vós.

— Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!/ Na imensidão do vosso amor, purificai-me!/ Lavai-me todo inteiro do pecado,/ e apagai completamente a minha culpa!
— Eu reconheço toda a minha iniquidade,/ o meu pecado está sempre à minha frente./ Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,/ e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
— Criai em mim um coração que seja puro,/ dai-me de novo um espírito decidido./ Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,/ nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
— Dai-me de novo a alegria de ser salvo e confirmai-me com espírito generoso!/ Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, e minha boca anunciará vosso louvor!




Segunda Leitura (Rm 5,12.17-19)


Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:
Irmãos: 12Consideremos o seguinte: O pecado entrou no mundo por um só homem. Através do pecado, entrou a morte. E a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram...
17Por um só homem, pela falta de um só homem, a morte começou a reinar. Muito mais reinarão na vida, pela mediação de um só, Jesus Cristo, os que recebem o dom gratuito e superabundante da justiça. 18Como a falta de um só acarretou condenação para todos os homens, assim o ato de justiça de um só trouxe, para todos os homens, a justificação que dá a vida.
19Com efeito, como pela desobediência de um só homem a humanidade toda foi estabelecida numa situação de pecado, assim também, pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça.


- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Anúncio do Evangelho (Mt 4,1-11)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo.2Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, teve fome.3Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” 4Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’”.
5Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, 6e lhe disse: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. 7Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus!’”
8Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, 9e lhe disse: “Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. 10Jesus lhe disse: “Vai-te embora, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor, teu Deus, e somente a ele prestarás culto’”. 11Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus.


— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

HOMILIA – EXPLICAÇÃO DO EVANGELHO.
Somos conduzidos pelo Espírito Santo a resistir às tentações

É preciso ter um espírito humilde, orante, firme na Palavra de Deus para sermos firmes e resistentes à tentação! Nós somos hoje convidados por Jesus e conduzidos pelo Espírito Santo a resistir às tentações deste mundo!
”Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4,7).

Conduzido pelo Espírito Santo, Jesus foi ao deserto viver uma profunda união com o Pai, fortalecer o Seu espírito com o Pai para o início da Sua missão pública. Mas ao fim daqueles dias de jejum, Jesus foi tentado e provado pelo demônio. As tentações de Jesus, ou as provações de Nosso Salvador, refletem as tentações de cada um de nós que caminhamos neste deserto da nossa vida.
No fundo, dentro de nós, há algo nos impelindo a questionar, a duvidar e a colocar Deus à prova. A sabedoria divina que nós, hoje, recebemos de Jesus, primeiro é para nos ajudar a nos prevenirmos das tentações. Sim, a termos cautela com tudo aquilo que nós questionamos ou buscamos na vida; porque não há problema em ser tentado ou provado, o problema é sucumbir à tentação, é deixar que a tentação domine a nossa vida, que ela comande os nossos instintos, a nossa vontade e tudo aquilo que nós fazemos.
O demônio pediu que Jesus transformasse as pedras em pães, mas o Senhor afirma que “não só de pão vive o homem”, pois é preciso resistir à tentação de ceder aos prazeres: o prazer do comer, do beber, o prazer da sensualidade; a própria necessidade do instinto da sobrevivência humana. É preciso ter prudência na relação com as coisas que nós temos, porque senão seremos dominados por elas. Pois se por um lado há, na verdade, um contingente enorme, milhões de pessoas por este mundo que ainda passam fome porque não têm o que comer; por outro lado tambem há um outro contingente de pessoas que são dominadas pelo excesso de comida, o excesso de bebida, o excesso dos prazeres.
Nós somos hoje convidados por Jesus e conduzidos pelo Espírito Santo a resistir às tentações deste mundo. A resposta que podemos dar à tentação da gula, da bebedeira, entre outras, se chama sobriedade. Sobriedade naquilo que fazemos, naquilo que adquirimos; sobriedade para não sucumbirmos a essa tentação.
Conduzidos por Jesus, durante esses quarenta dias de Quaresma, nós sentiremos muitas tentações. É preciso ter um espírito humilde, orante e firme na Palavra de Deus para sermos firmes e resistentes à tentação!
Que Deus abençoe você!



sábado, 8 de março de 2014





Feliz Dia Internacional da Mulher!

(Minhas tias-mães, minhas pérolas preciosas, minhas mestras e amigas...)

Hoje, Dia Internacional da Mulher!!!!

Dia de reflexão/debate: será que a mulher está sendo respeitada em sua dignidade?

Dia da Gratidão: a mulher, dádiva de Deus para a humanidade.

Dia da Oração: Deus querido, suscitai no coração da humanidade o sentimento de justiça e reconhecimento pelo que a mulher é em sua beleza interior e exterior.

Mulher criança, mulher adolescente, mulher jovem, mulher estudante/universitária,mulher anciã,mulher avó e, acima de tudo, mulher mãe! Recebam o nosso abraço carregado de gratidão, reconhecimento e orações.

Parabéns!!!

Um beijão nos corações de todas vocês, heroínas desse tempo e de todos os tempos e lugares.

-------------------------------- 
8 de Março - Dia Internacional da MULHER!
 Maria, Mãe das Mães, Mulher por excelência!



Um dia ESPECIAL para quem?
Às Mulheres Aracoiabenses!

Às Mulheres Cearenses!


Às Mulheres Brasileiras!


Às Mulheres do Mundo Inteiro!


Mulheres queridas, 
Vocês são privilegiadas aos olhos de Deus!
Vocês são presentes de Deus à humanidade!
Vocês são as pupilas dos olhos de Deus!
Vocês são a manifestação do amor e a manifestação do carinho de Deus à humanidade!
Vocês são as continuadoras do amor de Deus na obra da criação!
Através de vocês mulheres, unidas aos seus companheiros, o jardim da terra fica mais florido e mais rico com a presença dos seus queridos filhos!

O amor de Mãe se assemelha com o amor do nosso Deus!
Grande é o amor da mulher-mãe!


Parabéns, mulher criança! Parabéns, mulher adolescente! Parabens, mulher jovem! Parabéns mulher adulta! Parabéns mulher anciã!
Parabéns ,mulheres queridas!


Parabéns, Mulheres-mães!

Recebam o abraço dos leitores e seguidores deste blog.

Deus abençoe a todas vocês com Paz e Saúde! 
---------------------------------------

8 de Março – Dia Internacional da Mulher

De todas as datas comemorativas do calendário nacional e mundial, uma das mais importantes, pelo seu significado social, humano, familiar, político e cultural é o 8 de Março – Dia Internacional da Mulher.


É uma data ligada às esperanças, ao trabalho criativo da mulher, ao seu papel na sociedade, mas também à dor e à tragédia, resultantes do caráter espoliador e opressor do capitalismo. Na sua origem está um acontecimento nefasto.

É uma homenagem às operárias de uma fábrica de tecidos situada na cidade norte-americana de Nova York, que no dia 8 de março de 1857 fizeram uma grande greve. Elas ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

A decisão de considerar o 8 de Março como Dia Internacional da Mulher foi tomada em uma conferência socialista realizada em Copenhague, capital da Dinamarca, no ano de 1910. 

Em 1975, a Organização das Nações Unidas adotou a histórica resolução de oficializar a data, o que significa que os países representados na ONU assumiram formalmente o compromisso de também através de atos de governo celebrar o dia dedicado à mulher. 

Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates, reuniões e manifestações de massas cujo objetivo é discutir e afirmar o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é combater os preconceitos, a discriminação, a desigualdade, a desvalorização e as injustiças que as mulheres sofrem.

Como se sabe, as mulheres ainda são vítimas dos salários baixos, dos atos de violência, do trabalho precário, das jornadas de trabalho excessivas, da dupla jornada de trabalho, de insuficientes condições de assistência à saúde materno-infantil e da falta de creches. 

As comemorações do 8 de Março são momentos propícios para insistir na necessidade de aumentar a participação feminina nos órgãos de poder, na vida política, econômica, sindical, social e cultural. Afinal, o gênero feminino é mais da metade da população, não pode, pois, ter uma representação tão inferiorizada. 

Os problemas sociais que afligem as mulheres são imensos. Violência e tráfico de mulheres, fenômenos intoleráveis, ainda persistem na sociedade. A discriminação e a desigualdade são flagrantes.

Ao reafirmar a visão crítica sobre a situação da mulher e a necessidade de lutar por direitos, é necessário também valorizar as vitórias alcançadas, fruto da luta. No ano passado, transcorreu o 80º aniversário da instituição do voto feminino, um inegável avanço democrático. 

Nas três últimas décadas, a partir da redemocratização do país e da realização da Assembleia Constituinte, que redigiu a nova Carta Magna, as mulheres têm dado significativos passos no rumo da sua emancipação e da obtenção de direitos econômicos e sociais. E é evidente o crescente papel que a mulher desempenha na sociedade contemporânea e na vida política, do que é o maior exemplo o fato de o país ter à frente dos destinos nacionais a presidenta Dilma Rousseff.

O governo da presidenta Dilma tem tomado iniciativas no sentido de enfrentar as discrepâncias e assimetrias no mercado de trabalho e no combate à violência.

Na celebração do 8 de Março, é indispensável destacar que o fato de o Dia Internacional da Mulher ter sido estabelecido em uma Conferência socialista guarda relação direta com o papel significativo das trabalhadoras e com os conflitos de classe. E lembrar a figura da revolucionária alemã Clara Zetkin, líder socialista, que foi a pioneira do pensamento político sobre a emancipação da mulher vinculada à libertação social das classes trabalhadoras e à luta pelo socialismo. “Só em aliança com as mulheres trabalhadoras o socialismo vencerá”, dizia a ideóloga, que via a questão das mulheres umbilicalmente ligada à luta de classes.

Ao mencionar Clara Zetkin, recordamos também todas as mulheres que no mundo e no Brasil dedicaram-se à luta pela democracia, a independência nacional, os direitos dos trabalhadores e pelo socialismo. 

O Brasil vive um momento de esperança e luta para aprofundar mudanças políticas, econômicas e sociais no qual as mulheres têm muito a dar na luta por reformas estruturais democráticas para que o nosso país conquiste novos patamares de desenvolvimento econômico, progresso social e democracia.


------------------------------------------ 


Carta do Papa João Paulo II às Mulheres 

A vós, mulheres do mundo inteiro,
a minha mais cordial saudação!

O obrigado ao Senhor pelo seu desígnio sobre a vocação e a missão da mulher no mundo, torna-se também um concreto e directo obrigado às mulheres, a cada mulher, por aquilo que ela representa na vida da humanidade.

Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que te torna o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que te faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida.
Obrigado a ti, mulher-esposa, que unes irrevogavelmente o teu destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, ao serviço da comunhão e da vida.

Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã, que levas ao núcleo familiar, e depois à inteira vida social, as riquezas da tua sensibilidade, da tua intuição, da tua generosidade e da tua constância.
Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada em todos os âmbitos da vida social, económica, cultural, artística, política, pela contribuição indispensável que dás à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento, a uma concepção da vida sempre aberta ao sentido do « mistério », à edificação de estruturas económicas e políticas mais ricas de humanidade.

Obrigado a ti, mulher-consagrada, que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo Encarnado, te abres com docilidade e fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a humanidade inteira a viver para com Deus uma resposta « esponsal », que exprime maravilhosamente a comunhão que Ele quer estabelecer com a sua criatura.

Obrigado a ti, mulher, pelo simples facto de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas.
Mas agradecer não basta, já sei. Infelizmente, somos herdeiros de uma história com imensos condicionalismos que, em todos os tempos e latitudes, tornaram difícil o caminho da mulher, ignorada na sua dignidade, deturpada nas suas prerrogativas, não raro marginalizada e, até mesmo, reduzida à escravidão. 
Isto impediu-a de ser profundamente ela mesma, e empobreceu a humanidade inteira de autênticas riquezas espirituais. Não seria certamente fácil atribuir precisas responsabilidades, atendendo à força das sedimentações culturais que, ao longo dos séculos, plasmaram mentalidades e instituições. 

Mas, se nisto tiveram responsabilidades objectivas, mesmo não poucos filhos da Igreja, especialmente em determinados contextos históricos, lamento-o sinceramente. Que este pesar se traduza, para toda a Igreja, num compromisso de renovada fidelidade à inspiração evangélica que, precisamente no tema da libertação das mulheres de toda a forma de abuso e de domínio, tem uma mensagem de perene actualidade, que brota da atitude mesma de Cristo. Ele, superando as normas em vigor na cultura do seu tempo, teve para com as mulheres uma atitude de abertura, de respeito, de acolhimento, de ternura. Honrava assim, na mulher, a dignidade que ela sempre teve no projecto e no amor de Deus. Ao fixar o olhar n'Ele, no final deste segundo milénio, vem-nos espontaneamente a pergunta: em que medida a sua mensagem foi recebida e posta em prática?

Sim, é tempo de olhar, com a coragem da memória e o sincero reconhecimento das responsabilidades, a longa história da humanidade, para a qual as mulheres deram uma contribuição não inferior à dos homens, e a maior parte das vezes em condições muito mais desfavoráveis. Penso, de modo especial, nas mulheres que amaram a cultura e a arte, e às mesmas se dedicaram partindo de condições desvantajosas, excluídas frequentemente de uma educação paritária, submetidas à inferiorização, ao anonimato e até mesmo à expropriação da sua contribuição intelectual. Infelizmente, da obra imensa das mulheres na história, bem pouco restou de significativo com os métodos da historiografia científica. 

Mas, por sorte, se o tempo sepultou os seus vestígios documentais, não é possível não perceber os seus influxos benfazejos na seiva vital que impregna o ser das gerações, que se foram sucedendo até à nossa. Relativamente a esta grande, imensa « tradição » feminina, a humanidade tem uma dívida incalculável. Quantas mulheres foram e continuam ainda a ser valorizadas mais pelo aspecto físico que pela competência, pela profissionalidade, pelas obras da inteligência, pela riqueza da sua sensibilidade e, em última análise, pela própria dignidade do seu ser!

Na política do futuro, os graves problemas em aberto verão sempre mais envolvida a mulher: tempo livre, qualidade da vida, migrações, serviços sociais, eutanásia, droga, saúde e assistência, ecologia, etc. 
Em todos estes campos, se revelará preciosa uma maior presença social da mulher, porque contribuirá para fazer manifestar as contradições de uma sociedade organizada sobre critérios de eficiência e produtividade, e obrigará a reformular os sistemas a bem dos processos 

de humanização que delineiam a « civilização do amor ».

------------------------------------------ 

Jesus Cristo dignificou as mulheres no seu tempo, tempo aquele em que 

as mulheres eram marginalizadas. Vejam os textos, mulheres queridas!!!


1º TEXTO:


A MULHER NOS TEMPOS PRIMITIVOS
O texto bíblico quando fala na criação do ser humano coloca o homem e a mulher no mesmo plano: “Deus criou o homem e a mulher à sua imagem; Ele os criou homem e mulher (Gn 1,27). Igual ao homem: “Ossos dos meus ossos, carne de minha carne” (Gn 2,23).
Atribuir-se-à talvez ao texto de Gn 3,16 o que virá depois de negativo sobre a mulher, através dos séculos. Aí é repreendido o comportamento da mulher e repreendida a atitude do homem por causa da mulher.
É diverso e complexo o tratamento dado à mulher, através dos tempos, em todos os povos: ora positivo, exaltando a mulher e sua vocação e atitudes; ora negativo, colocando a mulher em grande desprestígio, inferiorizando-a ao homem. Assim também entre os hebreus-judeus. Encontramos palavras e referências lindas e grandiosas sobre a mulher. No Antigo Testamento, basta lembrar as figuras exaltadas por sua inteligência e heróica atuação na família e no próprio povo, tais como: Raab (Js2), Abgail (1 Sl 25,14), Sara, Agar, Rebeca, Raquel, Lia, Dalila, Atália, Débora, Ruth, Judith, Esther e tantas outras. Os livros sapienciais, ao lado de inúmeras restrições, tecem louvores admiráveis às mulheres, quando diz, em resumo, que o homem que encontra uma esposa virtuosa encontra o maior tesouro na vida.
Mas ao lado das referências e tratamento positivos às mulheres, há, infelizmente, dados negativos da cultura, quanto ao mundo feminino. E isso em todos os povos e religiões. A mulher é tratada como sendo de segunda categoria; é tratada como coisa e propriedade do homem.
Essa degeneração e degradação no tratamento da mulher não escapou aos próprios judeus que se consideravam o “povo escolhido de Deus”...
Jesus de Nazaré encontrou essa mentalidade machista e negativa quanto à mulher. O judeu, com sua obsessão da lei da Pureza, firmou tradições negativas: absorveu mais as referências negativas do Antigo Testamento com relação à mulher; isso, provavelmente, baseando-se na narrativa do Gênesis quando, com linguagem simbólica, descreve a realidade do pecado, acentuando a atuação bíblica da mulher (Eva) junto ao homem (Adão).No Antigo testamento há, realmente, passagens estranhas com referência à mulher. Desculpem-me minhas queridas irmãs se, aqui e acolá, vou colher alguns tópicos negativos do Antigo Testamento antes de, em seguida, colocarmos a mulher no honroso lugar que lhe compete e no qual o próprio Jesus Cristo a colocou. Pois, o realce e o brilho do lado positivo das coisas tornam-se mais evidente quando confrontado com o negativo, não é?

Fonte de Pesquisa: Livro – O jeito de Jesus de Nazaré – Pe. José Ribolla, Sacerdote Redentorista. Editora Santuário.


2º TEXTO:

 "A mulher nos tempos de Jesus". 
Dizíamos que ao lado de tantas referências positivas e admiráveis a respeito da mulher, o Antigo Testamento tem expressões negativas fortes, próprias do tempo.Já dissemos que os judeus, nos tempos que precederam e acompanharam a presença de Jesus, tinham criado uma cultura de tradições e leis negativas quanto à mulher. Parece que só viam a mulher com óculos escuros!
Assim, leram os judeus em Pr 11,22: "Um anel de ouro no focinho de um porco é a mulher formosa, mas sem virtude e bom senso".

Ecl 19,2 manda "tomar cuidado com o vinho e as mulheres". Em vários trechos do livro dos provérbios descobriram a monotonia e a chatice de uma mulher queixosa e choramingona.

Isaías e Amós (4,1;3,16) condenam a frivolidade e as extravagâncias das mulheres de Samaria e Jerusalém.
E as coisas foram pioradas pelos rabinos, doutores e escribas dos judeus. A mulher era catologada como um bem patrimonial do marido, do qual ele podia dispor quando quisesse. Podiam parodiar Nietsche, que blasfemou:"A mulher foi o segundo erro de Deus". Ou Eurípedes, que dizia: " A mulher é o pior dos males". E Aulo Gelio: "Um mal necessário"...
E por aí afora!

Até os 14 anos de idade a judia era propriedade do pai;depois,propriedade do marido.
Mulher não podia falar em público com um homem; não podia falar com um rabino nem assistir a uma aula ou fazer um curso. Mulher não podia sevir de testemunha. Quando nascia um homem, era alegria; quando vinha uma mulher, havia lamúria.Quando a mulher dava à luz um homem, o tempo legal da purificação era de 40 dias; quando dava à luz
uma mulher, o tempo de purificação legal dobrava: 80 dias. O Rabi Eliezer chegava a dizer: "Seria preferível queimar toda a Lei do que entregá-la nas mãos de uma mulher". O judeu machista desse tempo agradecia a Deus três vezes ao dia o não ter nascido mulher.

A mulher adúltera era terrivelmente castigada; ao homem adúltero nada acontecia. Nos dias da menstruação, quem tocasse na mulher (mesmo para cumprimentá-la) ficava "impuro". Até o peso do cérebro inferiorizava a mulher: o delas, com 1.200 gramas, e, o do homem com 1.320 gramas. Entre os judeus, propriamente quem "casava" era o homem, não a mulher: esta era "dada em casamento".

O direito de separação (divórcio) só competia ao homem. Em geral a mulher não tomava refeições à mesa com um homem.
Ao lado de tanta coisa bonita e positiva na Bíblia sobre a mulher, havia toda essa incompreensível mentalidade tacanha, criada por rabinos,escribas,fariseus, com suas leis e tradições.
E como Jesus de Nazaré reagiu a tudo isso? Reagiu fortemente com palavras e atitudes.


3º TEXTO:
" Jesus e a mulher ". 

Estamos continuando com a reflexão sobre a mulher no tempo de Jesus. Uma boa leitura para todos.
A maior blasfêmia que um judeu poderia catalogar e a idéia mais inconcebível para ele era a de um Deus-Homem: Deus em forma humana.

Adoravam a Deus como espírito puríssimo, Jaweh: o Deus transcendente, invisível, indizível, do qual não se podia nem desenhar a idéia nem a figura, do qual nem o nome se pronunciava. Jaweh constituía um abismo de distância com qualquer criatura. Portanto, a maior blasfêmia, a coisa mais inconcebível que havia para os judeus era a idéia de Deus fazer-se Homem. Será essa a “blasfêmia” que levará Jesus à Cruz: o ter-se anunciado como Filho de Deus, nascido de mulher!

Para os judeus, portanto, Deus nunca poderia ter tido a idéia de se apresentar em figura humana. Nem um anjo aceitaria como Deus.
E o que fez o Verbo, o Filho de Deus, o que fez Deus? Encarnou-se, quis tornar-se Homem, quis nascer de uma mulher. E aqui está a primeira mensagem e atitude de Jesus de Nazaré a respeito da MULHER: quis ter uma mãe, quis a mulher em sua vida. Myriam-Maria, a Virgem judia...

Trinta anos viveu com a mãe e com o pai adotivo, José. Quando começou, na vida pública, a dar a entender que Ele era o Filho de Deus, aí começou a briga que o levaria à Cruz. E, entre os marginalizados, os “anawin”, Jesus começou a dignificar a mulher, contra todas as tradições machistas dos judeus. Aí foi outro “Deus nos acuda!” A cada passo, no Evangelho, constatamos isso.

Jesus valorizava a mulher, fazendo-a presente na evangelização:
as parábolas do fermento (Mt 13,13,
da dracma perdida (Lc 15,8),
das virgens prudentes (Mt 25,1).

Jesus faz milagres em favor das mulheres:
a sogra de Pedro (Mt 8,14),
a filha de Jairo e a hemorroíssa (Mt 9,18-26; Mc 5,21-43; Lc 8, 40-56);
a mulher encurvada (Lc 13,10-17);
a mulher cananeia, cuja humildade e fé foram tão elogiadas – e era pagã – Mt 15, 21-28).
Conhecemos a defesa da adúltera e a delicadeza com que a tratou (Jo 8,1-11), livrando-a do apedrejamento.

Um judeu não se aproximava de uma mulher, muito menos de uma mulher doente para saúdá-la: Jesus toma a sogra de Pedro pela mão, levanta-a. Faz o mesmo com a filha de Jairo. Durante anos e anos uma mulher sofria do escorrimento de sangue. Em tais casos a mulher era considerada “impura”, máxime nos dias de menstruação. Imaginemos o sofrimento dessa pobre mulher, da qual todos fugiam para não se “manchar”: com que bondade Jesus a atende e a cura.

Jesus observa como dezenas de pessoas entram no Templo e depositam suas esmolas: chama a atenção dos discípulos para uma pobre mulher do povo que, com sua moedinha, colocara mais que todos os outros!...
_________________________________


4º TEXTO:
" Ainda Jesus e a mulher ".


Jesus de Nazaré deixa lições claras, maravilhosas e surpreendentes em favor da dignidade da mulher: condena o machismo e a injustiça dos judeus do seu tempo, quanto ao tratamento dispensado à mulher.
Em 42 versículos do capítulo 4 do apóstolo João, está descrito o encontro da mulher samaritana com Jesus à beira do poço de Jacó, em Sicar, na Samaria. Conversar em público com uma mulher, a sós, e ainda mais com uma samaritana! Os próprios Apóstolos estranharam. Jesus se revela à samaritana como a fonte da vida nova da Graça e faz da samaritana, convertida, (levava uma “vidinha”) a missionária da Graça, do Plano de Deus: ela traz toda a cidade para Jesus e leva os concidadãos a crerem em Jesus.

Outra cena forte, questionadora para os judeus e para nós, é descrita em Lc 7,36-50: a pecadora pública na casa do fariseu Simeão, que enfrenta a “soçaite” do tempo, vai aos pés de Jesus, e, chorando, lava-lhe os pés, enxuga-os com seus cabelos... Simeão pensa mal da mulher, envergonhado com a presença dela ali... Jesus o adverte do seu farisaísmo; declara o perdão de todos os pecados daquela meretriz, que se converte e ressuscita para a vida da Graça e, quem sabe, talvez seja ela a que esteve aos pés da Cruz...

Na casa do amigo Lázaro (Jo 12, 1-11)Jesus costumava estar vez por outra. Desta vez foi após a ressurreição de Lázaro. Enquanto Marta, uma das irmãs de Lázaro, azafamava-se em preparar a refeição, Maria, a outra irmã, estava aos pés de Jesus, ouvindo-o. Os judeus coetâneos nem podiam imaginar tal cena: uma mulher, sentada aos pés daquele Homem, conversando descontraidamente com Ele... Jesus lembra a Marta, com outras palavras, a admoestação que fizera a alguém uns três anos atrás: “não só de pão vive o homem, Marta, Marta...” Maria fez boa escolha: ouvir a Palavra...

Lc 8,1-3 deixa claro que, enquanto Jesus passava por cidades e aldeias anunciando a Boa Nova, junto com os Apóstolos, havia um grupo de mulheres “apóstolas” que O seguiam, ajudando, ao menos indiretamente, no ministério, prestando assistência com seus bens. E até nomeia algumas dessas seguidoras de Jesus de Nazaré: Madalena, a convertida; Joana, Suzana “e muitas outras”.

No último Sínodo para os leigos, em 1987, quando se discutia sobre a mulher na evangelização, um bispo fez uma advertência muito oportuna aos seus colegas episcopais:
“Proponho que nós, bispos, tratemos a mulher ao menos como Jesus a tratou no Evangelho!”

Esses quatro textos estão no livro:  "O Jeito de Jesus de Nazaré"
José Ribolla, Sacerdote Redentorista
Editora Santuário